Uma homenagem a meu Pai

Uma  homenagem a meu Pai
E aqui fala-se de médicos, do meu Pai e de outros ..... Ser médico é...

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016


O MEU PAI....





De carão quase sempre austero                           

Mas amigo de coração...

Médico de profissão...à maneira antiga ...                       

A cidade onde vivia

E os da Familia!...

Fomos testemunha

Da devoção sempre amiga...

Que dedicava ao doente...

E do empenho e entrega

Que ele punha no que fazia...



Cordato na relação com os outros

Tinha um olhar rasgado...

- Às vezes magoado...-

Mas onde uma luz se acendia

Quando uma graça  lá lhe sorria!...             

E era com um sorriso maroto          

 Que ele depois respondia....

E com isso...às vezes parecia um garoto!



Amigo do amigo!...

No sentido mais lato

Estava sempre pronto a ajudar...

E em todos os momentos!...



Como transmontano...

Era naturalmente reservado

E tímido... a exteriorizar sentimentos...

E como qualquer serrano

Era avêsso ao espalhafato...

O seu falar era sempre bem directo!...            



Em casa...comigo... era eu rapaz...

Como Pai

Lá de bem alto...

Foi-me ensinando os valores da Vida

E de como ela deve ser vivida...:

Com afecto

Dignidade ...

Coragem...

Respeito...

Com caracter... 

Amizade...

Ser capaz...

E ...

-O que hoje para muitos...tanto faz... -

Com alguma austeridade...



... E  sempre num dialogo entre os dois...

Foi-me educando...  menos por palavras

E mais pelo exemplo...

...E foi assim...

Que ao longo daqueles primeiros anos

Da minha vida...

Fui aprendendo a distinguir o mal do bem...



... E tanto anos depois

De meu Pai... a quem venero...

Ainda é esta a figura

D´uma imagem

Que em mim perdura...

E de que tenho imenso orgulho!



E  até ao meu mais ou menos próximo fim...

O que mais quero... é conseguir ser assim... também!...    







manuel  sepulveda

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

SAUDADES DA MINHA MÃE ....O Jogo da Bolapublicado no FACEBOOK


SAUDADES DA MINHA MÃE!...






O Jogo da Bola



Eu era menino...
E vindo da Escola
Suado... a chegar,
Trazia a sacola
Do meu tamanho...
Quase a arrastar...

Depois... já no banho,
E a Mãe ao meu lado...
Ela dizia a ralhar :
Filho! ...
És um menino!..
Mas lá na tua Escola,
Tens de ter tino!...

E isso...
Bem que eu sabia!...

Mas amuado...
Calado...
Pensava...
( Só não dizia!...) :
Tudo isto... afinal
Porque outro dia,
Lá na Escola...
Parti um vidro da sala
No jogo da bola!?...

E ainda mal me defendia...
Já Ela... à sua maneira...
Sorria...

E em voz muito baixa juntava:
Mas ele é um rapaz!...
E é bem capaz
De fazer tal asneira!...
Mas onde está o mal...
Se eu aceitar
Que o que ele só queria
Era brincar!?...

É tão natural !...


*Manuel Sepúlveda